Francesco Leonardi nasceu em Rovereto (Trento, Itália) em 2 de maio de 1927. Ainda jovem, com aproximadamente 26 anos, emigrou para o Brasil, estabelecendo-se na cidade de Curitiba (Paraná). Lá, trabalhou por um ano juntamente com dois amigos italianos que conheceu na viagem de navio.
Moravam em uma pensão de pessoas de Rodeio, e então decidiram, os três italianos, subir em um caminhão que ia de Curitiba a Rodeio levar madeira, para conhecer a cidade e as famílias trentinas oriundas da mesma região da Itália. Em Rodeio, conheceu Ambrosina Pezzini, com quem se casou e teve cinco filhos.
Durante a década de 1950, juntamente com seus dois amigos, fundou uma empresa de brinquedos de resíduos de madeira. Devido à falta de energia e logística para produzir e transportar esses produtos, que eram comercializados em grandes centros do país, decidiram fechar o negócio.
Os amigos seguiram seus rumos e “Franco” Leonardi, como era chamado, conheceu outra pessoa, o senhor Amilcare Notari, e juntos fundaram a Aretusa. A fábrica produzia artefatos de cozinha de resíduos de madeira. Tinha vários funcionários e máquinas de tornear, e logo prosperou. Durante o seu funcionamento, as pessoas passaram a ter seus registros e suas carteiras de trabalho assinadas, sendo uma das primeiras empresas da cidade a aderir e a proporcionar esses benefícios a seus trabalhadores.
Já na década de 1970, a Compania Hering de Blumenau queria instalar uma filial em Rodeio. E procuraram o Sr. Francesco para saber se existia mão de obra suficiente na cidade. Ele sabia que, naquele momento, a indústria de tabaco, onde agricultores locais trabalhavam, iria desativar suas atividades. Desse modo, auxiliou como intermediário para que a Cia. Hering decidisse se instalar em Rodeio, trazendo assim muito progresso e profissionalismo aos rodeenses.
Com a prosperidade, decidiu fundar a Aripé Cítrica, que extraía óleos essenciais da madeira de sassafrás e exportava esse óleo para diversos países. O Sr. Francesco estudou química na Itália e teve muito sucesso com o negócio devido a esse conhecimento.
No plano cultural, ele também foi muito importante para a comunidade. Foi ele que intermediou a instalação do Circolo Trentino di Rodeio, fundado em 1975, sendo o primeiro presidente dessa organização que busca a manutenção dos costumes trentinos, especialmente por meio da música e do uso do dialeto.
Faleceu em 27 de fevereiro de 2001, aos 73 anos de idade, sendo sepultado no Cemitério Municipal de Rodeio.